quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Nem só de Mozart depende a inteligência - Mente e Cérebro

Nem só de Mozart depende a inteligência

Teoria que vinculava o desenvolvimento da capacidade intelectual à influência da música de Mozart foi revista e abriu espaço para outras possibilidades

por Ralph Schumacher


mozart

A idéia de que a música nos torna inteligentes se alastrou no início dos anos 90. Na época, a psicóloga americana Frances Rauscher, da Universidade da Califórnia, Irvine, coordenou um trabalho cujos resultados ficaram conhecidos como “efeito Mozart”. As pessoas observadas pela pesquisadora ouviram a sonata de Mozart para dois pianos e ré maior – KV 448 – durante dez minutos. Ao serem submetidas, logo em seguida, a testes de inteligência que focavam o raciocínio espacial, obtiveram resultados melhores do que as que não tinham passado pela mesma experiência ou que tinham ouvido apenas sons relaxantes. Nos Estados Unidos, os responsáveis pelas políticas educacionais receberam com euforia a descoberta publicada na revista científica Nature. Logo a música de Mozart passou a fazer parte da rotina das escolas da Flórida e os recém-nascidos do estado da Geórgia passaram a ser presenteados com CDs do músico austríaco.
Mas a febre do efeito Mozart logo encontrou a resistência de outros pesquisadores. Estudos posteriores concluíram que os benefícios cognitivos obtidos após o contato com a música eram, na verdade, temporários e se limitavam à capacidade de projeção espacial. Não se podia falar em um aumento geral da inteligência! Além disso, ficava cada vez mais claro que o efeito não estava atrelado exclusivamente à música clássica e menos ainda a Mozart em especial. Ao lado de Schubert e Bach, músicas pop e mesmo a leitura em voz alta de uma emocionante história de Stephen King também funcionavam tão bem quanto ou até melhor: na verdade, o resultado dependia da preferência individual de cada participante! Aparentemente, as pessoas pesquisadas só solucionavam as atividades do teste com mais facilidade quando os estímulos os inspiravam intelectualmente e os deixavam de bom humor.

Fonte: Nem só de Mozart depende a inteligência - Mente e Cérebro

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