sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Religiosidade e sabedoria...

             Esta matéria diz respeito a nossas crenças. Ter uma reflexão raciocinada  e uma critica lógica faz com que as crenças – necessárias a todos os humanos – estejam a nosso favor e não prejudiquem a vida.

Nossas verdades únicas e exclusivas devem contribuir para o bem viver sempre. Não importa  se somos teístas, ateístas, ocidentais ou orientais.  Importa sermos sábios quando fazemos uso de nossos valores.

Boa Leitura…

  por Marly Molina

Agora e na hora da cruz

Por Pe. Zezinho, scj

Não faz muito tempo recebi de médicos amigos o aviso de que deveria me submeter a uma batelada de exames. Havia suspeita de disfunção orgânica séria. Amigos e familiares se mobilizaram e oraram intensamente por mim, pelo que muito agradeço. Como os médicos anteciparam a possibilidade de cirurgia e tratamento incômodo, as orações aumentaram. Quem parecia menos abalado era eu mesmo. Alguém perguntou se minha despreocupação era calma, espiritualidade profunda ou estava apenas disfarçando o que sentia. Expliquei que sou padre católico e vejo doenças e mortes com freqüência.

Meus pais foram paralíticos e talvez eu tenha assimilado o seu comportamento sereno diante da dor. A família tem muito a ver com o conceito de vida e de morte. O jeito de os pais levarem a cruz funciona como catequese da esperança.

Mas lembrei também que, como católico, aos sessenta  cinco anos, depois de haver lido tantos livros de teologia e de psicologia e escrito tantos outros, tinha o dever de raciocinar como sacerdote católico. Nós, católicos, levamos no peito a mística da cruz. Enchemos nossas casa e paredes de crucifixos. Essas imagens de Jesus sofredor ajudam na hora difícil.

Foi Ele quem disse que não é digno dele quem renega a própria cruz. ( Mt 10,38 ) Ele nunca disse que quem o seguisse não sofreria. Ao invés de venha comigo e não sofram mais, avisou: Vocês serão odiados (Mt 10,22 ) E disse que amenizaria nossas dores,mas não as eliminaria. Seu jugo era suave, mas era jugo e seu peso, leve, mas era peso.(Mt 11,30) Não aceitou a doutrina de que a cegueira de um homem era fruto do seu pecado, ou de seus pais (Jo 9,1-4 ) Isso põe um desafio a cristãos que andam se purificando dos pecados dos seus antepassados, de avós ou tetravôs. O cristianismo não segue mais essa doutrina que vem de antes de Cristo. Jesus morreu para que perdêssemos o medo do nosso ontem e dos nossos amanhãs.

Na verdade cada cruz é uma cruz e cada caso é um caso. Deus e só Ele sabe o porque daquela provação. Nem todo o sofredor sofre por ter sido pecador e nem toda enfermidade é castigo. O pregador que diz que determinado caroço ou câncer veio do demônio, que prove o que disse! Falar e assustar os outros é fácil. Provar que sabe é muito mais exigente e profundo. Quem disse que a onda  tsunami de 2004 que matou 250 mil pessoas era castigo de Deus, teria que provar que realmente foi castigo e por quais pecados cada qual morreu e porque tantas crianças puras também morreram no colo de suas mães.

Jesus sofreu e, entretanto, não tinha pecado pessoal. A dor é universal e está em tudo o que é vivo. Quando ela vem, é preciso pedir luzes para saber o que fazer com ela e os pregadores precisam pedi-las para não falar do que não sabem. Deus tem dado aos cientistas e médicos a sabedoria de vencer a maioria das dores, e aos cristãos serenos a capacidade de não brincar de saber o  que ninguém sabe.  A dor é um mistério.

Finalmente lembrei-lhe que oramos todos os dias para que seja feita a vontade de Deus  e pedimos a Maria pelo menos cinco vezes ao dia que ore conosco e por nós, agora e na hora da nossa morte.

Quando vem a noticia de que talvez conheçamos a Deus face a face mais cedo do que esperávamos ir, podemos fazer como São Francisco na sua cegueira, ou agir como outros que não aceitam de jeito algum a cruz que levam. Os exames disseram que dessa vez ainda fico por aqui, mas que devo me cuidar tomando os remédios que irmãos cientistas descobriram. Quando vai ser o próximo aviso, não sei. Mas, que Deus avisa, Ele avisa! Não fugir do assunto, orar e meditar ajuda! Paciência, também!

Pe. Zezinho, scj – São Paulo/SP

(Catolicanet.com)

1/30/2009

Fonte ::: Jornal União ...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

.:: Sem culpa na hora de educar os filhos ::.

Comportamento. Livros que prometem ajudar a criar os filhos distorcem a teoria do trauma desenvolvida pela psicologia e tornam os pais reféns de modelos que não são aplicáveis a todas as crianças
Sem culpa na hora de educar os filhos
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Um amontoado de manuais com suas regras e listas tornou a paternidade um sacrifício permanente

Andréa Castello Branco

Desde que o mundo é mundo, as crianças nascem e crescem educadas pelos pais. Salvo exceções, sempre foi deles a responsabilidade de transmitir princípios e regras de convivência baseados em suas convicções e experiências pessoais e familiares. Mas, na última década, os manuais de como educar os filhos transformaram um ato cultural dos mais antigos dentro da civilização em um enorme desafio, uma função cercada de regras, cuidados e listas do que "pode" e "não pode" que mais apavoram do que tranqüilizam. A maternidade/paternidade se transformou num exercício de sacrifício, de abstenção dos próprios princípios, num "pisar em ovos" para alcançar a idealizada harmonia familiar.
A maioria dos livros ou textos sobre o tema veiculados na mídia utiliza a psicologia como matéria-prima, em especial a teoria do trauma, segundo a qual situações adversas de qualquer espécie causariam danos irreparáveis à vida emocional das crianças. Passada a fase aguda da auto-ajuda para os pais, esses manuais começam a ser vistos com desconfiança por um motivo simples: não existe receita para educar uma criança.
"O maior problema nesse tipo de literatura é que ela não oferece subsídios para que os pais conheçam melhor seus filhos, que é a base para uma boa educação. Há uma culpabilização excessiva e, com isso, os pais se tornam inseguros em relação a como agir, se sentem obrigados a admitir tudo. E não se pode admitir tudo", afirma Cláudia Souza, psicóloga com especialização em psicopedagogia.
Medo Excessivo. Segundo a psicóloga, ao contrário do que se pensa, as pequenas atitudes no cotidiano - como repreender, punir, demonstrar raiva, impaciência ou cansaço - não são capazes de causar traumas como temem os pais. "Para traumatizar uma criança é necessário mais de uma causa. Não é um gesto, um ato, que vai provocar isso. E trauma também não é o fim do mundo, não tem que ter medo disso, existem, inclusive, aqueles considerados sadios", explica Cláudia Souza.
Jacques Akerman, professor de psicologia do Centro Universitário Fumec, também vê exagero na abordagem dos livros que se propõem a ajudar na criação dos filhos. "A gente não controla o que traumatiza ou não. Prefiro trabalhar com um referencial um pouco mais amplo, com a idéia de uma peneira mais grossa. A violência, a questão da sexualidade e, principalmente, esses dois juntos, certamente são experiências traumáticas. O importante é evitarmos o psicologismo, os manuais que dizem o que posso ou não posso fazer, porque senão os pais ficam sem função."
Segundo ele, a frustração tem um papel importante na formação da personalidade adulta, embora os pais queiram evitar todo tipo de sofrimento. "É com a frustração que as crianças aprendem que não se pode ter tudo. O sofrimento, quando é sustentado e amparado pelos pais, tem essa função de retirar a criança da dimensão perversa. E o que é a dimensão perversa? É quando você finge que não vê a lei, as regras de convivência. O noticiário está cheio de adultos assim", compara.
Experiência. Zenaide Faria, 28, enfermeira e mãe de Lucas, 10, e Ana Clara, 2, diz que recorreu aos guias quando teve o primeiro filho, pois, aos 18 anos, ficou insegura sobre como deveria educá-lo. Contudo, não ficou satisfeita com os conselhos que encontrou. "Muita coisa saía fora da minha realidade. Além disso, as crianças são diferentes e os pais também são diferentes, não dá pra seguir modelo nenhum. O dia-a-dia te coloca situações que não estão nos livros", diz.
Para Zenaide, as crianças são naturalmente manipuladoras e pedem limites o tempo todo, mas a culpa dos pais por não estarem tão presentes na vida dos filhos é o que torna a educação mais difícil. "O limite da criança é o limite do pai e da mãe. Os livros podem orientar, mas não dão conta de moldar os pais. Você pode segui-los até um certo ponto, mas ninguém consegue fingir o tempo todo. Vai ter uma hora em que você vai ser o que realmente é, aí a criança vai ficar confusa", diz.
Quanto aos traumas, a enfermeira diz não se preocupar com eles na criação de Lucas e Ana Clara. "Tem muita coisa que está fora do nosso controle. O Lucas ficou traumatizado com a morte da avó, é um trauma que não tenho como impedir, ele tem que passar por isso. Não dá para criar um filho se preocupando com trauma. Você tem que ser um educador, com muito amor, com muito carinho, mas nunca esquecer a função do limite", finaliza Zenaide.


Efeito colateral
Insegurança pode levar ao desamparo
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A adoção de receitas para a criação dos filhos pode ter efeitos negativos para todos: os pais se sentem culpados e inseguros e os filhos, desamparados pela indecisão de quem deveria lhe dar segurança. Segundo a psicóloga Cláudia Souza, nada mais prejudicial aos filhos do que pais inseguros e vacilantes quanto aos limites de liberdade.
“A culpa afrouxa o limite. Os pais não devem ser autoritários, mas eles são a única autoridade para a criança. Sem isso, ela fica angustiada porque precisa ter certeza de que aqueles pais dão conta dela, que o amor é suficiente para superar as agressões, as birras”, diz a psicóloga, ressaltando que é natural que a criança teste os pais para saber até onde podem ir.
Cláudia não defende a repetição do modelo de educação que os pais tiveram, mas a seleção daquilo que pode ser importante repassar aos filhos. “Nossa geração foi criada com muita ameaça, muito medo. Então precisamos pensar em outros recursos para não cair nessa armadilha. Mas é fundamental levar em conta os próprios princípios, seguir um pouco a intuição”, aconselha a psicóloga.
Anti-receita. Para Jacques Akerman, além de fugir das receitas prontas, pais e mães ainda têm que lidar com a contradição de criar os filhos num mundo extremamente permissivo e, ao mesmo tempo, ter que colocar regras e condições. “O que a cultura pós-moderna prega? Que você aproveite a vida ao máximo, tenha tudo, consuma ao máximo. Os pais estão imersos nessa cultura, por isso não devemos culpá-los de nada. O limite fica prejudicado mesmo, fica vacilante porque eles estão na contramão, na contra-corrente da ordem vigente, de um fato histórico”, analisa.
Como cada criança é única e não vem com uma “instrução de uso”, Cláudia diz que o melhor caminho para uma educação saudável é os pais investirem no autoconhecimento e na observação dos filhos, seja nas brincadeiras, na relação com outras crianças ou em conversas em casa.
“A partir daí, a resposta que todos procuram – como devo fazer? – vai surgir”, diz, ressaltando que a informação sempre pode ajudar, mas nada pode ser levado ao pé da letra. “Cada filho é um universo e a cada novo filho inicia-se a mesma tarefa do zero, pois cada criança tem a sua singularidade.”
Para ela, a ideologia do super-homem, do profissional polivalente, não deve desumanizar a relação com os filhos. “Eles também precisam conhecer os pais, saber que temos limites, que erramos, que somos humanos. Um dia pode escapar uma palmada e isso não deve virar um drama”, comenta.

O que ler sobre o assunto
“A Criança, sua Doença e os Outros”
Maud Mannoni Ed.Via Lettera
“Ouvindo uma Criança”
T. Berry Brazelton Ed. Martins Fontes
“O que Toda Criança Gostaria que Seus Pais Soubessem”
Lee Salk Ed. Record
“A Psicologia da Criança”
Piaget Ed. Difel
“Conversas sobre Educação”
Rubem Alves Ed. Verus
“Teoria sobre a Sexualidade
Infantil” Sigmund Freud
“Diário de Escola”
Daniel Pennac Ed. Rocco
“Uma Educação Adaptada à Sociedade Globalizada”
Edgar Morin Ed. ISBN

Fonte .:: O TEMPO ::.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Hipnose liberta memórias de vidas passadas - JN

 

Brian Weiss defendeu, em Lisboa, teses controversassobre reencarnação e reencontro de almas gémeas

00h30m

HELENA NORTE

Muitos problemas psicológicos e físicos têm origem em vidas passadas, a cujas memórias é possível aceder através da hipnose. Esta polémica tese foi defendida, em Lisboa, pelo psiquiatra Brian Weiss.

"É possível aceder a vidas passadas da mesma forma que se acede a qualquer memória, seja da infância ou de quando se era bebé. Regredir significa simplesmente voltar atrás no tempo", explicou o médico norte-americano em entrevista ao JN. Desde a publicação de "Muitas vidas, muitos mestres" - o livro em que relata, pela primeira vez, a experiência de regressão a vidas passadas de uma paciente, Catherine, que sofria ansiedade -, Brian Weiss criou uma legião de admiradores e de críticos em todo o Mundo.

Nas suas obras, defende ideias tão controversas como a reencarnação, o reencontro de almas-gémeas e a transmissão de experiências e padrões emocionais de vida para vida. "Através da terapia regressiva, é possível chegar à causa do sintoma e curá-lo", sublinha o terapeuta. Como provas, apresenta relatos de pessoas que recordam, com elevado nível de detalhe, as suas famílias anteriores e que acabam por conseguir localizá-las. Há também casos de pacientes que descrevem correctamente acontecimentos, datas ou locais de que não tinham conhecimento e, ainda, os que falaram em línguas que não dominavam, durante as regressões.

"Mas, a prova mais importante é que cura. Mesmo que o paciente ou o terapeuta não acreditem em vidas passadas, funciona. Trata-se de uma técnica terapêutica, não de magia", garante Weiss.

O autor faz, ainda, questão de desmistificar a hipnose - estado de concentração ou relaxamento que permite aceder a conteúdos inconscientes - e os alegados perigos de ficar bloqueado numa memória ou perder o controlo. "É um processo em que se recupera uma memória, não uma máquina do tempo", salienta.

O propósito da vida e do ciclo de reencarnações é, para Brian Weiss, o desenvolvimento do potencial espiritual que acredita existir em todos os seres humanos. Uma espécie de escola em que vamos repetindo, em vários corpos (ou vidas), as lições que a alma ainda não aprendeu.

No seminário que decorreu, anteontem, em Lisboa, Brian Weiss abordou a temática do seu último livro: a progressão a vidas vindouras. A possibilidade de abrir uma janela para o futuro é aceite pelo psiquiatra com a mesma abertura com que encara os sonhos pré-cognitivos - como manifestações da intuição ou de um sentido que a ciência ainda não explica.

Actualmente, Brian Weiss, de 67 anos, já não exerce a prática clínica e dedica-se a dar conferências e formar terapeutas. Em Portugal, tem publicadas várias obras, incluindo "Muitos Corpos, uma só alma", "O passado cura" e "Só o amor é real".

Fonte: Hipnose liberta memórias de vidas passadas - JN

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