segunda-feira, 29 de março de 2010

O amor é cego

Pesquisas científicas auxiliam a refletir sobre o que nos levam à determinadas escolhas em situações conflitivas. Aproveito a oportunidade da pesquisa sobre a “cegueira do amor” para promover reflexão sobre quais os motivos da traição ou quais os motivos do amor.

Para seguir algum raciocínio, apesar de escrever sobre amor, questiono o que se ama e por que amamos quem escolhemos?

Partindo da premissa que já sabemos o que amamos e por sequência, sabemos quem amar, escolhemos não trair por amor, por temer julgamentos sociais ou espirituais, para manter a posição social ou financeira, para manter a moral, manter aparência?… Onde inicia a traição? No pensamento ou na ação?

Traímos porque não amamos? Traímos porque aprendemos assim? Alguma vez questionamos aquilo que aprendemos?

Claro que cada um com seus botões poderá questionar e buscar as próprias respostas, pois na riqueza humana, cada um sabe o que acontece na própria pele, por vezes se perdendo e encontrando a si mesmo na experiência grandiosa da vida.

Leiam e boa reflexão!

Por Marly Molina

Pesquisa feita nos Estados Unidos indica que o amor é cego

Silvia Pacheco

Publicação: 28/03/2010 12:11 Atualização: 28/03/2010 12:17

Que a paixão e o amor deixam as pessoas sorrindo à toa e meio aéreas todo mundo sabe. Mas cientistas da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, descobriram que esse estado de graça pode ir muito além: o amor torna o cérebro humano incapaz de prestar atenção em pessoas bonitas. Sim, a paixão é mesmo capaz de “cegar”, deixando os olhos do apaixonado insensíveis aos encantos de terceiros.

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Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores mediram a atenção de 113 homens e mulheres que foram expostos a várias fotos de pessoas, algumas reconhecidamente bonitas, outras nem tanto. Antes de olhar para as fotos, porém, parte dos voluntários teve de escrever um pequeno texto falando sobre o amor que sentia por seu parceiro, enquanto os demais fizeram uma redação sobre a felicidade de uma maneira geral.

Em seguida, com os olhos sendo monitorados por uma câmera e um computador, os participantes foram expostos às imagens. Aqueles que haviam escrito sobre o quanto gostavam de seus companheiros tendiam a ignorar as imagens das pessoas mais bonitas. “Seus olhos simplesmente não se fixavam sobre as fotos”, descreveu Maner no trabalho, ressaltando que essa rejeição só ocorreu com as imagens dos mais belos. Quando a foto era de uma pessoa de aparência comum, os apaixonados não desviavam o olhar.

Segundo os cientistas que trabalharam na experiência, essa reação ocorre porque, quando as pessoas pensam em amor, seu neocórtex (capa de neurônios que recobre os lóbulos frontais do cérebro) passa a repelir pessoas muito atraentes, que têm mais chances de fazer essas pessoas traírem seus parceiros. “Pessoas atraentes do sexo oposto evocaram respostas de autoproteção automáticas nos participantes que mantinham relacionamentos heterossexuais com compromisso”, afirmou Maner. Outra observação foi que, entre os homens, esse mecanismo antitraição foi quatro vezes mais forte do que nas mulheres.

Para o psicólogo Aílton Amélio da Silva, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em relações amorosas, esse mecanismo detectado na pesquisa norte-americana é resultado do processo evolutivo e pode ter a função de ajudar os machos da espécie a se manterem monogâmicos. “Há muitos benefícios evolutivos em uma relação monogâmica, e o organismo leva isso em conta.” Um deles seria a manutenção da prole. De acordo com o psicólogo, a tarefa do casal não é apenas procriar, mas também criar os filhos. “A união do casal voltada somente para a procriação é coisa de quando o homem vivia da caça e da coleta de alimentos, e os descendentes demoravam cerca de 11 anos para se tornarem independentes. Com a evolução, a natureza criou mecanismos de manter o casal unido durante um bom tempo para cumprir a tarefa de manter essa prole.”

O pesquisador da USP explica também que o relacionamento amoroso depende de vários mecanismos que restringem a percepção humana. “Ao dedicarmos nossa atenção a uma pessoa com a qual estamos envolvidos, a percepção a respeito das outras pessoas fica prejudicada, diminuída.” É o fato de o apaixonado superestimar o amado e, com isso, imaginar que não conseguirá outra pessoa melhor. Porém, se não fosse essa percepção, toda relação seria muito instável. “A pessoa se envolveria com a outra e continuaria exposta a outros relacionamentos, pulando de galho em galho”, afirma Silva.
 
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